terça-feira, 28 de setembro de 2010

português

Poemas de patativa do assaré

Caboclo roceiro


Caboclo Roceiro, das plaga do Norte

Que vive sem sorte, sem terra e sem lar,

A tua desdita é tristonho que canto,

Se escuto o meu pranto me ponho a chorar



Ninguém te oferece um feliz lenitivo

És rude e cativo, não tens liberdade.

A roça é teu mundo e também tua escola.

Teu braço é a mola que move a cidade



De noite tu vives na tua palhoça

De dia na roça de enxada na mão

Julgando que Deus é um pai vingativo,

Não vês o motivo da tua opressão



Tu pensas, amigo, que a vida que levas

De dores e trevas debaixo da cruz

E as crides constantes, quais sinas e espadas

São penas mandadas por nosso Jesus



Tu és nesta vida o fiel penitente

Um pobre inocente no banco do réu.

Caboclo não guarda contigo esta crença

A tua sentença não parte do céu

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