segunda-feira, 5 de julho de 2010

português

Poema de Otavio Bilac

Ao coração que sofre, separadoDo teu, no exílio em que a chorar me vejo,Não basta o afeto simples e sagradoCom que das desventuras me protejo.Não me basta saber que sou amado,Nem só desejo o teu amor: desejoTer nos braços teu corpo delicado,Ter na boca a doçura de teu beijo.E as justas ambições que me consomemNão me envergonham: pois maior baixezaNão há que a terra pelo céu trocar;E mais eleva o coração de um homemSer de homem sempre e, na maior pureza,Ficar na terra e humanamente amar.

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